29 de dez. de 2009
Ano de 2.010!
A todos amigos e visitantes do blogger,
desejo um ANO NOVO pleno de alegrias,
muita Paz, Saúde e Realizações.
Feliz, Ano Novo Cristão, de 2.010!
Maria Madalena
28 de dez. de 2009
Antieclesiaste
20 de dez. de 2009
Pensamento
Nestas pedras, caiu, certa noite, uma lagrima.
O vento que a secou deve estar voando noutros paises;
o luar, que a estremeceu, tem olhos brancos de cegueira:
e esteve sobre ela, mas sem ver seu esplendor.
Só na morte do tempo, os pensamentos que a choraram
verão, junto ao universo, como foram infelizes,
que, uma noite, uma lagrima levou a vida verdadeira,
com seu grito de sonho e seu tímido amor.
Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)
Poemas
I
Edifica-te:
Longe,
Silencioso,
Só,
Edifica-te admirável,
Com altitudes imensas,
E, para além da humanidade,
Sê grandioso, excessivamente...
Cresce sempre,
Como uma arvore de eterna vida...
Escapa ao que atinge a todos.
Constrói-te para um tempo sem fim,
Que nunca te termine,
Ainda que morras todos os dias!
Sê o infindável,
Feito de renascenças sem termo...
Para lá das amarguras humanas,
Sê o que ficará para consolo e exemplo dos que vierem,
E cujo nome será,
Na terra triste,
Benção imortal para tudo o que vive!...
II
Quando olho para tudo isto que antes foi terra nua,
E que o vento semeou,
Barbaramente,
E que hoje é mata indômita,
Mar negro e farfalhante,
E cheio de feras sombrias,
Fico pensando em mim...
Eu fui à terra fecunda
Onde tudo que o destino deixou cair
Teve força de vida crescente
E poder criador de se multiplicar...
Eu fui à terra nua de uma idade sem data.
E as minhas arvores têm medidas que não param,
Crescendo sempre pelas raízes e pelas frondes...
Mas dentro da minha sombra nunca deslizaram as ferras...
E as próprias arvores de espinhos
Tiveram sempre
Ou resinas consoladoras
Ou frutos doces...
Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)
(POESIA COMPLETA, organização Antonio Carlos Secchin (2 volumes) Editora Nova Fronteira 2001.)
17 de dez. de 2009
Sombra
Os homens passam pelas ruas misteriosas...
Ouvi ecoarem na noite
A sua loucura e o seu pavor...
Os homens olharam para dentro
E viram mistérios...
Os homens olharam para fora
E viram mistérios...
E foram pelas ruas misteriosas
Debatendo-se como pensamentos
Presos em círculos negros...
Agosto, 1927
Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)
Noite
Úmido gosto de terra,
cheiro de pedra lavada,
- tempo inseguro do tempo! –
sombra do flanco da serra,
nua e fria, sem mais nada.
Brilho de areias pisadas,
sabor de folhas mordidas,
- lábio da voz sem ventura! –
suspiro das madrugadas
sem coisas acontecidas.
A noite abria a frescura
dos campos todos molhados,
- sozinha, com o seu perfume! –
preparando a flor mais pura
com ares de todos os lados.
Bem que a vida estava quieta.
Mas passava o pensamento...
- de onde vinha aquela musica?
E era uma nuvem repleta,
entre as estrelas e o vento.
Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Viagem (1939)
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